Certa vez, li de um autor que eu
gosto muito que é inaceitável a ideia de que Jesus tenha sido um mestre moral,
ou que se equiparem as coisas que ele disse ao que filósofos como Platão, por
exemplo, disseram, não por que ‘seguir o que Jesus disse é melhor’, mas sim
porque a vida com Ele não é uma doutrina, e sim uma morte (isso mesmo, morte)
para viver o que Ele quer. Isso por que Jesus não deixou brechas a ser visto
como nada além do filho de Deus, e se pudesse definir a relação mundo x
evangelho em uma frase seria ‘só não enxerga quem não quer’. Mas com toda a
responsabilidade a nós concedida, temos que sentar e pensar: é uma relação
composta por 02 partes. Se o problema não está no Evangelho, só pode estar no
ser humano. E o que complica essa história é a tal da interpretação. Diz a
Palavra de Deus: ‘Vos tirarei o coração de pedra, e vos darei um coração de carne’.
Se pensarmos de imediato que o coração de pedra é aquele que move os crimes
frios, por exemplo, chegaria à conclusão de que Ele não estaria se referindo à
você nesse trecho, – afinal, você tem muitos defeitos, mas um coração duro não
é um desses; e se na afirmação ‘Cristo está em nós’ você baixa a guarda da sua
crítica e figura o que deveria ser levado ao pé da letra – ‘É uma forma de
dizer que os ensinamentos de Jesus devem ser seguidos’, pensamos – é exatamente
sobre essa tendência que eu quero falar.
Deus não deixou dúvida a respeito do que Ele quer de nós, mas nós sempre deixamos dúvidas sobre o que queremos Dele. Adoramos autoajuda, previsões de destino e explicações para o sofrimento terreno, mas tudo bem light, nada que quebre meus conceitos, heranças familiares e hábitos. Nada que me faça ser menos humano do que eu sou ou que me dê a obrigação de enxergar algo que terei que me diminuir para enxergar. ‘Eu não concordo com nada que venha desses tais humanos, porque a vida deles é completamente mal sucedida’, deveríamos pensar. Sobrevivemos a uma mãe desnaturada ou um pai alcoólatra, isso talvez seja bom. Mas será que é excelente? Todos nós somos e permanecemos o resto da vida acostumados com o morno se não nos submetermos à um Deus cheio de opinião e ciumento. Penso eu que os que usam a clássica frase ‘Deus está em tudo, eu não sigo religião’ já têm 50% de aprovação do pai, pelo menos, por não gostarem desse termo que rotula e é tão pesado: ‘religião’.
Muitas coisas são difíceis de ser digeridas na vida real, no dia-a-dia, por isso vou recorrer a um exemplo: O problema dessa filosofia de vida é que, na maioria das vezes, não encontramos livros em farmácias ou crianças em boates: é uma questão de contexto. Da mesma forma que se você marca um encontro com uma pessoa que não conhece e ela não fornece nenhuma característica física sobre si, ela pode passar por perto de você e você nem perceber. Mas quando essa pessoa dá os mínimos detalhes, talvez seja a sua má vontade que não permita percebê-la no meio da multidão. Pra mim, é assim com Deus. Ele foi categórico, disse a que veio e aonde o encontrar - ‘Eis que estou a porta e bato’ (!)-Já se passaram mais de 2.000 anos (uma mixaria se for pensar na humanidade como um todo), mas o que a humanidade faz com Deus é uma fofoca ingrata, que não se faz nem com o seu pior inimigo.
A vida com Ele não é ditadura, muito pelo contrário: você pode levantar a mão, interrompê-lo para tirar uma dúvida. Pode também desabafar: ‘Ei, não sei se estou falando sozinho, mas se tem alguém aí do outro lado, queria te falar: Eu nunca senti a sua presença’. O que não é digno para Deus é em cima de um edifício que é a sua história por meio de Jesus Cristo, as pessoas fazerem puxadinhos sem a permissão do dono do prédio, que foi construído a preço de sangue, de gente que perdeu a vida pelo evangelho e pelo principal, que é a terrível morte de Jesus. Vamos assumir: se a doutrina X se encaixa mais no que você quer pra sua vida hoje, agora, nada te impede disso. Se a doutrina cristã é muito pesada para você e adorar, se ajoelhar e chorar é ‘muito’, você também têm esse direito. Agora, se você não teve absolutamente nenhuma experiência divina, isso não significa que Deus não exista.
José Serra disse uma vez em um debate que ‘não se mede o outro com a sua própria régua’. Guardei isso pra vida, mas com uma exceção: não se pode ignorar que o regente dessa grande ópera que é o mundo tem algumas exigências. Todo ser humano tem valores, que não são de sua própria natureza. Há uma força moral que rege o mundo, que está acima de culturas, inconveniências ou divergências em relação ao que é certo e errado. Uma lei que nenhum de nós elaborou, mas nos sentimos obrigados a cumpri-la. Deus começa aí (mas isso é assunto para outro post). Nessa lógica, então, o mundo está escasso divinamente.
Não estamos em situação de rejeitar. Estamos por baixo, qualquer situação mal pensada vira uma catástrofe, os crimes são cada vez mais cruéis, as 'fatalidades' parecem cada vez mais elaboradas por uma mente dez vezes mais perversa do que a pior que já conhecemos na vida, é exagero? E nessas horas, Deus precisa ser encontrado em um lugar certo sim, afinal, que Chefe seria esse que some quando o bicho pega? Se Ele existe, ele tem endereço. E um só. Uma energia tão forte assim não poderia estar tão espalhada a ponto de não ter força o suficiente.
Deus não deixou dúvida a respeito do que Ele quer de nós, mas nós sempre deixamos dúvidas sobre o que queremos Dele. Adoramos autoajuda, previsões de destino e explicações para o sofrimento terreno, mas tudo bem light, nada que quebre meus conceitos, heranças familiares e hábitos. Nada que me faça ser menos humano do que eu sou ou que me dê a obrigação de enxergar algo que terei que me diminuir para enxergar. ‘Eu não concordo com nada que venha desses tais humanos, porque a vida deles é completamente mal sucedida’, deveríamos pensar. Sobrevivemos a uma mãe desnaturada ou um pai alcoólatra, isso talvez seja bom. Mas será que é excelente? Todos nós somos e permanecemos o resto da vida acostumados com o morno se não nos submetermos à um Deus cheio de opinião e ciumento. Penso eu que os que usam a clássica frase ‘Deus está em tudo, eu não sigo religião’ já têm 50% de aprovação do pai, pelo menos, por não gostarem desse termo que rotula e é tão pesado: ‘religião’.
Muitas coisas são difíceis de ser digeridas na vida real, no dia-a-dia, por isso vou recorrer a um exemplo: O problema dessa filosofia de vida é que, na maioria das vezes, não encontramos livros em farmácias ou crianças em boates: é uma questão de contexto. Da mesma forma que se você marca um encontro com uma pessoa que não conhece e ela não fornece nenhuma característica física sobre si, ela pode passar por perto de você e você nem perceber. Mas quando essa pessoa dá os mínimos detalhes, talvez seja a sua má vontade que não permita percebê-la no meio da multidão. Pra mim, é assim com Deus. Ele foi categórico, disse a que veio e aonde o encontrar - ‘Eis que estou a porta e bato’ (!)-Já se passaram mais de 2.000 anos (uma mixaria se for pensar na humanidade como um todo), mas o que a humanidade faz com Deus é uma fofoca ingrata, que não se faz nem com o seu pior inimigo.
A vida com Ele não é ditadura, muito pelo contrário: você pode levantar a mão, interrompê-lo para tirar uma dúvida. Pode também desabafar: ‘Ei, não sei se estou falando sozinho, mas se tem alguém aí do outro lado, queria te falar: Eu nunca senti a sua presença’. O que não é digno para Deus é em cima de um edifício que é a sua história por meio de Jesus Cristo, as pessoas fazerem puxadinhos sem a permissão do dono do prédio, que foi construído a preço de sangue, de gente que perdeu a vida pelo evangelho e pelo principal, que é a terrível morte de Jesus. Vamos assumir: se a doutrina X se encaixa mais no que você quer pra sua vida hoje, agora, nada te impede disso. Se a doutrina cristã é muito pesada para você e adorar, se ajoelhar e chorar é ‘muito’, você também têm esse direito. Agora, se você não teve absolutamente nenhuma experiência divina, isso não significa que Deus não exista.
José Serra disse uma vez em um debate que ‘não se mede o outro com a sua própria régua’. Guardei isso pra vida, mas com uma exceção: não se pode ignorar que o regente dessa grande ópera que é o mundo tem algumas exigências. Todo ser humano tem valores, que não são de sua própria natureza. Há uma força moral que rege o mundo, que está acima de culturas, inconveniências ou divergências em relação ao que é certo e errado. Uma lei que nenhum de nós elaborou, mas nos sentimos obrigados a cumpri-la. Deus começa aí (mas isso é assunto para outro post). Nessa lógica, então, o mundo está escasso divinamente.
Não estamos em situação de rejeitar. Estamos por baixo, qualquer situação mal pensada vira uma catástrofe, os crimes são cada vez mais cruéis, as 'fatalidades' parecem cada vez mais elaboradas por uma mente dez vezes mais perversa do que a pior que já conhecemos na vida, é exagero? E nessas horas, Deus precisa ser encontrado em um lugar certo sim, afinal, que Chefe seria esse que some quando o bicho pega? Se Ele existe, ele tem endereço. E um só. Uma energia tão forte assim não poderia estar tão espalhada a ponto de não ter força o suficiente.