terça-feira, 5 de março de 2013

“O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” – Pv. 20:27

Li esses dias em uma capa de livro que “Não sou ateu, pois não tenho tanta fé para isso”. No padrão textual a palavra ‘ateu’ geralmente vem acompanhada de ‘cético’, que quer dizer descrente, portanto essa frase não teria nexo. O fundo de sentido está em observar alguém acreditar que um lugar onde tudo é perfeitamente encaixável – a gestação, a fotossíntese, os idiomas, a água doce ou qualquer outro milagre cotidiano – não ser regido por uma força maior é algo que exige mais crença do que acreditar de fato em Deus. Digo isso, porque nessas questões existenciais tenho a sensação de que sempre acabamos chegando a um discurso racionalista, como se o planeta inteiro fosse ser acertado em uma mesa redonda.


O fato é que até mesmo as maiores teorias filosóficas, biológicas e sociais não esclarecem a natureza do homem. O filósofo X diz que o homem nasce puro, e o filósofo Y diz que o homem já nasce ruim. Nenhum consenso, nenhuma verdade. Aquilo mal sai da teoria e jamais chegará ao dia-a-dia, ao viver. Quando falo de NATUREZA, também não falo de uma convenção social. Esta, é aprendida ou não – se você morar numa ilha deserta, certamente não será tão boa em matemática quando um urbano, por mais esforço que tenha. A tal NATUREZA é algo intrínseco, forte ao ponto de ser unitário. Em todos os países, por exemplo, existem algumas diferenças de culturas, mas muitas similaridades no que diz respeito a uma verdade absoluta, um conjunto de valores que se encontram independentemente das fronteiras. Quando a diferença é brusca, aliás, somos os primeiros a comparar, subentendendo-se que uma é melhor/pior do que a outra... Aí eu pergunto: que parâmetro é esse tão transparente a ponto de ser imperceptível? Que força é essa? 


Indo mais adiante, porque, em um mundo tão completo e cheio de recursos de estudos, tratamentos e curas, a nossa humanidade ainda está tão longe da plenitude? Obviamente, alguma coisa está faltando. A interrogação está dentro de nós, fazendo os dias se arrastarem numa vida sem propósito. A existência se torna um beco sem saída. Mesmo com as descobertas humanas a respeito da alma, ainda falta algo. 

Além da alma, porém, existe o espírito. O espírito é aquele difícil de ser diferenciado – ‘qual a diferença entre espírito e alma?’, perguntam as pessoas. É o objeto desconhecido, o fim da busca interior. Aquele inalcançável pelas próprias mãos, por mais dedicação que aconteça. A fome pela verdade é um dos sintomas de um espírito querendo nascer. E existe um caminho secreto que te faz ser espírito, nascer do espírito. O espírito foi feito para comportar o próprio Deus. Li que ‘a mente é capaz de pensar, mas só o Espírito é capaz de se comunicar com Deus’. Deus é um espírito. E é ele o responsável por essa natureza que grita querendo justificativa, algo sem nome, forte, mas indefinível. 



O que concluo é que Deus não só está perto, como dentro de nós - é como um DNA, e seu nível de presença determina nossas tendências para o bem ou o mal. Essa revelação é vivida todos os dias, quando o Sol nasce. Não pelo Sol em si, mas pela chance renovada de viver (‘Pois as Suas misericórdias são inesgotáveis, renovam-se a cada manhã’ – Lam. 3). Com esse exemplo entendemos que tudo têm explicação diante de Deus. Que Ele está entre nós, nos fazendo ver valor nas relações, admirando surpresas e chorando em filmes. Deus se manifesta através de nós, e a lâmpada pode brilhar mais – ou menos, dependendo de sua proximidade Dele. Essa NATUREZA que está dentro de nós é o espírito que atrai Deus, que só encontra respostas Nele – no 2º parágrafo, substitua as palavras ‘natureza’ por 'Deus' e veja só. 

Ele está mais perto do que parece. E faz a vida poder ser doce ou amarga. Nossos maiores questionamentos não usam nem 5% da nossa capacidade cerebral, já a nossa capacidade de ser leal, feliz, útil, amoroso, sincero são inesgotáveis – e vêm de uma fonte só: Deus. Ele fala através de nós, e um espírito sedento é um pré-requisito para O conhecermos cara a cara.

2 comentários:

  1. "A intimidade do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança." Salmos 25:14

    Quando se tem intimidade com o Deus que você fala, todas essas questões são dirimidas.

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  2. Pra ter um encontro com Deus é preciso ter coragem...essa é a verdade. Já cantava Gil: "Se quiser falar com Deus tem que ter a alma e o corpo nus...".
    Daí é mais fácil ser Ateu, graças a Deus.... rsrsr

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