terça-feira, 25 de junho de 2013

A árvore do conhecimento - "O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade” Sl. 145




'O bem, quando amadurece, se mostra cada vez mais diferente,
não só do mal, mas de qualquer outro bem.'
-'O mal pode ser desfeito, mas não pode "transformar-se" em bem.'




Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, para que Seus valores fossem embutidos neles. O que nos difere de todas as outras criaturas é a herança genética divina, que são a consciência, a capacidade de sentir, raciocinar e analisar. Adão lidava com Deus diariamente, tinha alimento, companhia, felicidade. Deus o acompanhara. Por isso, o Pai aconselhou que não comessem o fruto proibido da árvore do conhecimento, porque sabia que o fator sentimento e o próprio sentido visão configuravam um risco. O que tinha uma via boa, poderia ser usada para o mal. A serpente é definida como um “animal selvagem”, “astuto”, que tem por definição característica de quem consegue obter privilégios para si e não se deixa enganar; quem pratica a maldade enganando outras pessoas. O astuto então engana, mas não é enganado. Esse é o mal: selvagem, porque nos convence da veracidade dos nossos instintos. E astuto, porque conhecendo esse instinto constrói mentiras em cima dele.

Deus pede que não comam do fruto proibido. Eva olha para a árvore, tem o paladar aguçado e se sente atraída pela fruta. Responde por si própria, quando até ali tinha vivido com Alguém guiando com amor os seus passos. A questão ali era: Se você me ama e não pode me provar, qual a eficácia desse amor? Acatar a decisão do outro mesmo sem entender consiste em exercitar a confiança e por à prova esse amor. Amor pressupõe liberdade, porque é na liberdade que os sentimentos maravilhosos acontecem. Deus precisava doar essa liberdade para conceder ao ser humano o acesso ao amor. Mas também precisava ter segredos para que a fé fosse de fato “a certeza das coisas que não se veem”. E para que Ele pudesse sempre estar por perto, completando o que faltasse, dizendo o caminho, colocando segurança onde há inconstância, já que somos tão incoerentes (Como Adão e Eva) em tudo o que fazemos.

Democratizar o conhecimento divino, então, seria como dar pérola aos porcos. É dar uma pinça médica a quem não é cirurgião. Porque, no fundo, somos bichos. Que respondem às maiores e menores vontades sem pensar no depois. Nem tudo o que se sente, por se sentir, é bom. O que nos faz gente é o DNA de Deus. O que nos faz gente completa, inteira, feliz então, é fazer a vontade de Deus. A fé da humanidade hoje se resume em buscar evolução, mas pouco se fala em arrependimento, em voltar atrás. Cavam-se acessos às explicações sobre a morte, respostas em adivinhações, quando tudo na verdade está ao alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus. Somos pessoas cheias de ferramentas para prever o futuro, mas sem pulso para resolver o presente. No momento ruim de Eva e Adão, conhecer o bem e o mal não amenizou o sofrimento, tampouco as consequências futuras.

A verdade é que nada no mundo foge da influência de Deus: é sempre modificado pela sua presença, ou até mesmo por sua ausência. E ausência se resolve com presença. A vida é uma tentativa cíclica de diminuir a distância entre o que se sente e o que se vive. E coerência emocional é para poucos. Deus é o descanso do nosso instinto predador, curioso, inconstante. Quando se conhece o caráter de Quem conduz o carro, podemos fechar os olhos e aproveitar a viagem, sem requerer maiores argumentos. “O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança”. Adivinhação é uma afronta para o Deus vivo, que se dispõe a passear pelo jardim com você. Deus reconciliou o mundo consigo através de Jesus. O véu que existia, atrapalhando esse perdão, foi rasgado. O termo “aceitar Jesus” passou por muitas banalizações, mas no fundo é dizer “Pai, eu quebro meu vínculo com essa raça que está padecendo. Quero fincar minhas raízes em quem venceu o mundo. Não tenho mais coluna para suportar tanta inconstância. Se por minhas mãos conquisto o que me faz feliz, amanhã já sou eu que mudei e quero outra coisa. Eu não sou grande o suficiente para administrar o risco de viver uma vida inteira desejando a árvore errada. A água da minha própria cisterna nunca matou minha sede por completo”.

“Comerão do fruto da sua própria conduta e se fartarão de suas próprias maquinações. Pois a inconstância dos inexperientes os matará, e a falsa segurança dos tolos os destruirá. Mas quem Me ouvir viverá em segurança” (Prov. 1/31-33).

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